A DANÇA ODISSI
Nas fases mais remotas de seu
desenvolvimento a dança Odissi foi denominada como Odra Nritya. A mais recente
menção foi encontrada no Natya Shastra, de Bharat Muni, o qual foi escrito
entre o século II a.C. e II d.C. Até então a dança Odissi era conhecida como
Odra Magadhi. No século XV d.C Maheswar Mahapatra escreveu o tratado Abhinaya
Chandrika, considerado o mais reconhecido texto sobre este estilo. Nele, a
dança Odissi está categoricamente definida como Odra-Nritya e através das
evidências encontradas nas esculturas, o estilo Odissi parece mesmo ser o mais
antigo de todas as danças clássicas sobreviventes.
Sua técnica utiliza-se de dois
princípios básicos posturais: o chowk (quadrado) e o tribhang( triângulo). Das
danças clássicas da Índia, é a única que expressa sinuosidade do corpo. Do chowka
são extraídos os movimentos vigorosos, e do tribhanga, movimentos líricos. A
intenção é que ao equilibrar os dois princípios, o bailarino atinja a perfeição
entre as forças materiais e espirituais, as forças masculina e feminina, a
criação e a destruição.
Codificado, a dança Odissi
apresenta seqüências definidas de movimentos e mesmo distante da dança
ritualística de tempos passados, permanece com o mesmo caráter até hoje.
O movimento dos olhos, técnica
particularmente desenvolvida em todas as danças clássicas da Índia, juntamente
com o movimento minucioso das mãos em gestos significativos, aliados ao
intrincado percurso das batidas dos pés, levam o bailarino a um encontro com o
divino. E quem assiste a este encontro também experimenta o doce sabor da divindade. (texto Andrea Albergaria - extraído de Cadernos de Odissi I)